A arte tem seu potencial desvendado através da história da
humanidade e por meio desse potencial que a história traduz o campo artístico a
ela agregado nos revela valores, crenças e modos de agir de um povo. Ao
detectar um conjunto de evidências perceptíveis na obra, o intérprete da arte
se esforça na tarefa de relacionar estes vestígios com algum traço do período
em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte passa a ser interpretada com
um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que o artista disse
através da obra, reconhecendo que os seus trabalhos não só refletem o tempo em
que viveu, mas também demonstra a sua relação particular, o diálogo singular
que estabeleceu com seu tempo.
A
História do Modernismo e a pintora Tarsila do Amaral terão destaques especiais
como exemplos do tema solicitado. Com a Introdução da Arte Moderna no Brasil, o rompimento com
os temas tradicionais da Arte Acadêmica, a
concentração nas questões formais e o abandono da proposta de reproduzir a
realidade, resulta em pesquisas estéticas e filosóficas que levam ao surgimento
de vários movimentos ou correntes artísticas – os “ismos” da arte.
A Arte Moderna introduziu no Brasil a liberdade de
criação e expressão. Com isso, os artistas saem dos seus ateliês para pintar o
mundo ao ar livre produzindo uma arte onde os temas do cotidiano da época
são desenvolvidos com a valorização dos elementos visuais (cor, luz,
ponto, linha, plano), livre uso do espaço, de figuras
sem formas, cubos e cenas sem lógica, assimilando
tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas européias no
período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial de forma seletiva, arranjando
elementos artísticos de modo a ajustá-los às singularidades culturais
brasileiras.
O
escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral publicam em
1924 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma
arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da
modernidade européia. Em 1928 levam ao extremo essas idéias com o Manifesto
Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para
impor o caráter brasileiro à arte e à literatura.
A Antropofagia
propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que
se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para
que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira. Tarsila do Amaral foi a representante
do movimento Pau-Brasil que, subdividido nas fases construtivo, exótico e
metafísico, representa o cúmulo da brasilidade, traduzida não somente em seus
temas humanos e nacionais, como também nas cores vivas até então rejeitadas por
uma academia retrógrada e passadista.
Ao refletir por que escolher Tarsila
do Amaral para o tema histórico Modernismo, ainda que não tenha participado
efetivamente da Semana de Arte Moderna de São Paulo ela foi responsável pela
criação de uma nova linguagem para a pintura brasileira. Segundo Mário de
Andrade, podemos afirmar que, da história da nossa pintura, Tarsila foi a
primeira que conseguiu realizar uma obra de realidade nacional, representar um
país-aquarela na inspiração de seus trabalhos que versa temas nacionais, os
tons coloridos e intensos presentes em suas obras, ao que essas obras nos
remetem, a mulher que se sobressaiu artisticamente conseguindo se expressar de
forma tão especial.
Enfim, a História é a
apresentação, sob forma de narrativa ou de exposição sistemática, dos
acontecimentos de qualquer natureza, ocorridos no passado e através dela
podemos perceber os laços entre os processos
históricos e sociais de um período e as produções artísticas a ele associadas próprias
de cada povo e que, na verdade, explicam sua evolução e sua influência.
Sites pesquisados
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABd40AA/apreciacao-obra-arte
http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=1286
http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=1286
http://www.brasilescola.com/artes/a-arte-na-historia.htm
file:///C:/Documents%20and%20Settings/filipe/Desktop/O%20Texto%20e%20o%20Contexto%20na%20Vida%20e%20Obra%20de%20Tarsila%20do%20Amaral.htm
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